Periférico

Um Blog desalinhado, independente e situado à margem do politicamente correcto! O olhar de um Periférico na periferia da Europa.

sexta-feira, abril 29, 2005

Auster, Paul



Encontra-se entre nós na minha “suspeita” opinião um dos melhores escritores contemporâneos. Só tenho pena que não venha ao Porto e fique apenas pela capital.

O meu primeiro contacto com este magnífico mestre das palavras e das coincidências foi através de um livro que ainda hoje considero uma das suas melhores obras e que faz parte de certeza do meu top 10: No País das Últimas Coisas. Depois do impacto dessa primeira leitura este autor tornou-se para mim indispensável e incontornável!

Paul Auster constrói universos e cria-os de tal forma que até as coincidências e os absurdos nos parecem perfeitamente lógicos. É daqueles escritores que nos dá vontade de começar a escrever!

Hoje na Culturgest e amanhã na Fnac do Chiado conversa com Paul Auster, infelizmente não poderei ir. Lá ficarei periférico a este acontecimento cultural!

Cultura esse parente pobre

Mais um dos belos exemplos em que é pródigo o nosso país, segundo uma notícia do Público falhou a tentativa de um movimento de cidadãos da cidade de Lisboa em ver classificado um edifício em que viveu Almeida Garret.



De acordo com esta notícia esse movimento (Fórum Cidadania Lisboa) entregou em Fevereiro à autarquia de Lisboa, ao Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e ao Instituto Camões uma petição com mais de 2300 assinaturas a pedir a preservação do edifício e a sua transformação numa casa-museu dedicada à memória do escritor.

Para mim a melhor parte da história, tirando as intrigas políticas e o habitual jogo do empurra das responsabilidades, é que o proprietário do edifício é o Ministério da Economia. Quer dizer o estado português não consegue resolver uma questão que no fundo se passa toda dentro da sua esfera.

Perde a Cultura, que é sempre o elo mais fraco!

quinta-feira, abril 28, 2005

Pensamento

Só nos magoa quem não nos é indiferente!

quarta-feira, abril 27, 2005

Uma Imensa Minoria



Segundo uma notícia publicada hoje no diário digital o estudo «A Sociedade em Rede em Portugal», realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE), demonstra que fazemos parte de uma imensa minoria!

E porquê? Porque segundo o mesmo apenas três em cada dez portugueses utilizam a Internet, o que demonstra que Portugal ainda está em transição para uma sociedade em rede. Ou seja 30% da população!

Mais uma vez se prova que, infelizmente, em Portugal é fácil pertencer a uma elite! O nível médio é tão fraco, que basta ler um livro, ir a um concerto, ir a um museu, ir ao teatro, ter um qualquer hábito cultural, e até pelos vistos usar a Internet para se estar claramente acima da média!

Continuamos o longo caminho de convergência com outras realidades da nossa Europa, mas haja esperança havemos de lá chegar, nem que seja devagarinho!

sexta-feira, abril 22, 2005

Andamentos do Quotidiano



Hoje acordei Allegreto ma non troppo pois é 6ª feira e ainda tinha pela frente um dia de trabalho. Tomei o meu duche Allegro con brio e vesti-me Presto. Meti-me no carro e desloquei-me para o local de trabalho em Larghetto espressivo. Chegado ao escritório implementei um Andante con moto para as tarefas matinais. No intervalo para almoço espreitei a Blogosfera amiga num Adágio affectuoso e almocei em Andante. A tarde passou-se em Allegro Vivace e tentei implementar um Largo assai e espressivo na escrita deste meu artigo de hoje! Desejo-vos um bom fim-de-semana prolongado em Allegro molto appassionato, o meu começa já agora em Saltarello Presto!!!

P.S. Este fim-de-semana há Festa da Música no CCB – Beethoven e seus amigos – que no fundo foi o mote para este artigo!

terça-feira, abril 19, 2005

Fumeiro



O artigo de hoje da menina Amie fez-me lembrar uma história que junta fumeiro e miudagem inopinada! ;-) Mas não o célebre Botafumeiro de Santiago de Compostela!

Uma amiga minha é professora de matemática e contou-me esta história verídica. No Inverno passado aproveitou um dos muitos fins-de-semanas frios e gélidos para corrigir uma série de testes à lareira na quinta da sua família. Diligentemente lá cumpriu a sua tarefa, mas qual não foi o seu espanto quando ao entregar os testes a miudagem inopinada em vez de se queixar das notas disse alto e bom som: “Stora os testes cheiram a presunto!”

Simplesmente delicioso não acham?

segunda-feira, abril 18, 2005

A nossa Pátria é a nossa língua!

Em terras castelhanas tive o privilégio de constatar a grandeza da nossa língua e os laços criados pela nossa lusofonia. No final de assistir a um concerto de entrada livre em Salamanca deste senhor Bidinte nascido na Guiné-Bissau fui falar com ele. Não tendo ainda a certeza da sua nacionalidade perguntei-lhe se falava português ao que ele me respondeu que era português!



Que bonito este sentimento de pertença a algo maior que um território, este sentimento de pertença a uma língua espalhada pelo mundo. A nossa riqueza como povo reside em grande parte na disseminação da língua portuguesa pelos vários cantos do mundo. A nossa Pátria é a nossa língua!

I’m Back!



Retemperado depois de uma escapadela de fim-de-semana até Salamanca aqui estou eu de volta ao mundo dos Blogs!

quarta-feira, abril 13, 2005

Periférico vai arejar



Vou arejar uns dias, descomprimir da louca rotina do dia-a-dia, espero voltar mais relaxado e inspirado! Até Segunda-feira!

terça-feira, abril 12, 2005

O que algumas frases querem mesmo dizer



Recebi por mail este decifrador de algumas frases comuns em relatórios e todo um novo significado me foi revelado :-)

Há muito que se sabe...
[Não consultei o manual de referência... ]

É evidente uma tendência bem definida...
[Estes dados são practicamente insignificantes...]

De grande importância prática e teórica...
[Interessante para mim ... ]

Se bem que não tenha sido possível encontrar respostas definitivas para estas questões...
[A experiência correu mal, mas tenho de fazer o relatório na mesma ...]

Foram escolhidas três amostras para estudo pormenorizado...
[Os resultados das outras não faziam sentido ...]

Apresentam-se os resultados típicos...
[Apresentam-se os melhores resultados ...]

Estes resultados serão apresentados num relatório posterior...
[Sou capaz de ter de os apresentar, se me obrigarem...]

Pensa-se que...
[Acho que ...]

Crê-se geralmente que...
[Há mais dois tipos que também acham ...]

É evidente que são necessários muitos outros trabalhos até se compreender claramente...
[Não compreendo isto ...]

Está correcto dentro de certos parâmetros...
[Errado ... ]

Uma análise cuidada dos dados que foi possível obter...
[Três páginas de dados foram apagadas por um café que entornei ... ]

Da próxima vez que tiver que ler ou escrever um relatório será certamente uma tarefa bem mais divertida :-)!

sexta-feira, abril 08, 2005

Aldeia Global



Para entender melhor esta aldeia global em que vivemos e ter uma noção dos vários pontos de vista que um mesmo acontecimento pode suscitar nos vários pontos do globo existe agora a versão Portuguesa do Courrier Internacional! Em tempos alguém me sugeriu esta publicação francesa que se revelou uma boa surpresa e se tornou um dos meus pequenos prazeres, pelo que espero francamente que a edição portuguesa tenha sucesso. É um projecto de qualidade que vale a pena saborear! Aqui fica a sugestão, hoje saiu o primeiro número.

Privação Cibernética



Que periférico me tenho sentido estes últimos dias. Privado do acesso à world wide web a maior parte do tempo por problemas com a rede aqui no escritório, sinto-me ao olhar para o monitor do computador como um ser incompleto. Não há dúvida que este é o século da comunicação! Comunicamos por várias formas: por telefone, por fax, por carta (cada vez menos), por e-mail, por sms, mas este não é o século de uma comunicação qualquer, é o século da comunicação instantânea, imediata e global! Temos acesso a qualquer acontecimento em qualquer parte do globo, temos urgência em comunicar!

Já aqui uma vez falei do vagar de outros tempos, de como hoje em dia por andarmos demasiado apressados termos o impulso de ligar o telemóvel no momento em que temos uma lembrança, uma ideia, uma vontade, um pedido, uma urgência em algo partilhar! Se nos privarem da comunicação sentimo-nos periféricos, isolados e tristes!

E no fundo houve um tempo em que vivíamos sem telemóveis, sem Internet e sobrevivia-se. Mas actualmente um dia sem Internet é um pesadelo, sente-se a carência, a privação, a falta que ela nos faz! Ainda mais quando nos impede de actualizar o nosso blog ;-) e consultar aqueles de que gostamos!:-)

As necessidades vão-se criando, há sempre novas necessidades mas perante as adversidades e contrariedades a resposta é ficar Zen! Temos que aprender com a sapiência oriental como bem exemplificou ontem esta menina! Manter a calma e nada de stress que só desgasta! ;-) Fiquem Zen!!!

quinta-feira, abril 07, 2005

Vamos Fugir



Vamos Fugir
Gilberto Gil

Vamos fugir
Deste lugar, baby
Vamos fugir
Tô cansado de esperar
Que você me carregue

Vamos fugir
Pra outro lugar, baby
Vamos fugir
Pra onde quer que você vá
Que você me carregue

Pois diga que irá
Irajá, Irajá
Prá onde eu só veja você
Você veja a mim só
Marajó, Marajó
Qualquer outro lugar comum
Outro lugar qualquer
Guaporé, Guaporé
Qualquer outro lugar ao sol
Outro lugar ao sul
Céu azul, céu azul
Onde haja só meu corpo nu
Junto ao seu corpo nu

Vamos fugir
Pra outro lugar, baby
Vamos fugir
Pra onde haja um tobogã
Onde a gente escorregue
Todo dia de manhã
Flores que a gente regue
Uma banda de maçã
Outra banda de reggae

terça-feira, abril 05, 2005

Novos Provérbios



Na minha geração crescia-se com o saber popular nacional, ditados como:

“Tempo é dinheiro”;

“Tudo está bem quando acaba em bem”;

“Tristezas não pagam dívidas”;

“Gato escaldado, de água fria tem medo”;

“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”;


só para citar alguns exemplos fazem parte do nosso processo de crescimento como pessoas e da nossa cultura lusófona. No entanto, em pleno século XXI, Portugal é um país diferente, passou de país de emigrantes para um país com várias colónias de imigrantes, em que se destaca pela sua expressão numérica a comunidade ucraniana.

Nestes tempos volta e meia a comunicação social fala dos filhos dos ucranianos, que se destacam nas nossas escolas como os melhores alunos, muitos deles dominando melhor o português que os próprios colegas de turma. Vi uma vez numa dessas reportagens uma menina ucraniana que era a melhor aluna do liceu responder algo a uma pergunta idiota duma jornalista que me impressionou:

“ Estás contente de ser a melhor aluna do liceu?” perguntava a jornalista;

“Não” retorquiu modestamente a rapariga;

“Porquê?” indagou a jornalista;

“Porque ainda não atingi o meu máximo” diz a rapariga com serenidade.

Que frase extraordinária! Apesar de ser a melhor aluna do liceu tinha a noção que ainda não tinha explorado tudo o que podia das suas capacidades. Isto contraria totalmente uma das nossas leis mais queridas e culturalmente enraizadas, a célebre lei do menor esforço.

Vem isto a propósito dum provérbio ucraniano que uma amiga minha partilhou ontem comigo. Estava essa minha amiga e a sua empregada ucraniana no sótão de sua casa quando, ao avistar o caos instalado, essa minha amiga suspira e diz que nem sabia por onde haviam de começar, ao que a sua empregada ucraniana retorquiu que a sua mãe lhe costumava dizer o seguinte:

“O que os olhos têm medo as mãos fazem!”

Outra frase extraordinária, em vez de nos deixarmos atolar e desanimar pela envergadura da tarefa urge passar à acção.

Achei este provérbio ucraniano estimulante e inspirador! Certamente que o irei usar nas horas de maior aperto profissional como "grito" motivador!

sexta-feira, abril 01, 2005

Uma notícia que parece mentira!



Em pleno dia 1 de Abril aqui fica uma notícia que parece mentira, mas como tem a chancela da BBC e data do dia 11 de Março espero que acreditem na sua veracidade!

As autoridades sudanesas tiveram um enorme choque quando descobriram num relatório do Congresso americano que: os Estados Unidos efectuaram ensaios nucleares no seu país entre 1962 e 1970!

Chamado a explicar-se, o encarregado de negócios norte-americano no Sudão desculpou-se pelo mal entendido dizendo que: “tratava-se de um erro de introdução por teclado”. O ensaio tinha tido lugar em Sedan, no estado do Nevada, e não no Sudão (Sudan em inglês). Ou seja um vulgar erro tipográfico!!!

No entanto, as autoridades de Cartum, não ficaram tranquilizadas com esta explicação. Embora não duvide da veracidade das declarações das autoridades americanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Sudão, Mustafa Osman Ismail mantém-se determinado e declarou que o inquérito que já estava a decorrer iria continuar até ficar completamente provado que tinha sido somente um erro tipográfico.

Realmente se os americanos se enganam em relação à existência de armas de destruição maciça no Iraque, também se podem ter enganado no local onde fizeram ensaios nucleares! Não é verdade? ;-)

Mentiras

Hoje é 1 de Abril o dia das mentiras… Be careful! ;-)