Periférico

Um Blog desalinhado, independente e situado à margem do politicamente correcto! O olhar de um Periférico na periferia da Europa.

quinta-feira, julho 28, 2005

Stress, Leite e Vacas

Como pelos vistos estamos em pleno período de reflexão, eu não quero deixar de contribuir para a mesma com este brilhante pensamento de Jorge Silva da Porto&Ventos promotora do Festival Vilar de Mouros que hoje começa.

Apela ele hoje no Jornal de Notícias para que as pessoas vão com calma para o festival, porquê? “Há uns anos houve vacas que ficaram Stressadas com a multidão. E se as vacas ficam Stressadas o leite perde qualidade.”

Ora aqui está um pensamento profundo e que nos obriga à reflexão, especialmente quando o slogan do Festival deste ano é "Solta a vaca que há em ti"! ;-)

quarta-feira, julho 27, 2005

Kilts, Álcool e Mulheres

Já que estamos numa época de causas e de forte mobilização blogueira (que raio de palavra) a favor duma candidatura presidencial, aproveito este tempo de antena para revelar uma notícia que me deixou profundamente perturbado. Não que me afecte directamente, mas por coarctar ainda mais a liberdade de expressão nestes tempos já difíceis para os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.

Segundo notícia do diário digital o Advertising Standards Authority (organismo regulador da publicidade no Reino Unido) acredita que homens carecas e barrigudos são mais dissuasores do consumo de bebidas alcoólicas por parte do público feminino e que não devem ser feitas ligações entre álcool e sedução.

Eu acho que está mal. As pessoas devem fazer a suas opções conscientemente, o homem do Martini não vem com a garrafa, ou vem? Alguém me explica a necessidade deste novo código? E se por acaso houver parte do público feminino que gosta deles gordos, carecas e de meia-idade? Estão no seu direito ou não estão? E quem vai regular o que é um homem atraente, muito atraente e pouco ou nada atraente? Que raio de classificação é esta? A atracção sexual não se regula ou regula-se? Que é feito da subjectividade? Uma mulher atraente para mim pode deixar outro membro da comunidade masculina totalmente indiferente. Que é feito do ditado gostos não se discutem? Temo que este órgão britânico o desconheça por completo, uma coisa é apelar a que se beba com moderação, outra são medidas ridículas como esta.

Bem aqui fica o meu conselho para as meninas façam um abaixo-assinado ou então arriscam-se a ficar sem os anúncios da William Lawsons, aqueles com os homens em Kilt. E já agora, alguma de vocês passou a gostar de Whisky por causa desses anúncios?;-)

terça-feira, julho 26, 2005

Amie Presidente


Li hoje na Máquina de Café que a Amie se quer candidatar à Presidência da República. Entusiasmado com esta lufada de ar fresco na política nacional resolvi escrever uma carta de apoio e oferecer-me para mandatário nacional da sua candidatura! São todos bem vindos a juntarem-se a este novo movimento em prol do bem-estar do país. Amie uma presidente para o Portugal do Futuro!!!

Carta de Apoio

Dado a monotonia em que se tornou a política em Portugal, sempre com as mesmas caras, os mesmos discursos, as faces e versos das mesma moeda, urge encontrar uma alternativa credível e fresca que anime e dê esperança a este País. Uma candidatura responsável, jovem, desprendida do poder e fruto do verdadeiro sentido de missão e vontade de servir o País. Esta candidatura materializa-se agora num candidato que longe das lógicas partidárias e dos interesses pessoais sentiu o apelo da sua consciência para empregar os seus atributos e talentos no mais alto cargo da nação, ao serviço da pátria.

Esse candidato é Amie, uma jovem mulher que demonstrou ter a coragem e o desprendimento necessário para servir o País nesta importante missão.

Precisamos de uma vaga de fundo, de uma nova maioria silenciosa! Cidadão junta-te a nós e apoia esta candidatura, a única capaz de devolver a dignidade à política nacional!

Amie uma Mulher à Presidência!!!

(P.S. Amie não desistas agora! ;-) Tu estás à altura do desafio, a vaidade fica melhor em ti que nos outros candidatos ;-))

Temps Modernes

segunda-feira, julho 25, 2005

Bonaparte e Sócrates




Napoleão Bonaparte, durante suas batalhas usava sempre uma camisa de cor vermelha. Para ele era importante porque, se fosse ferido, na sua camisa vermelha não se notaria o sangue e os seus soldados não se preocupariam e também não deixariam de lutar. Toda uma prova de honra e valor.

Duzentos anos mais tarde, Sócrates usa sempre calças castanhas.

(P.S. Recebida por e-mail)

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sexta-feira, julho 22, 2005

Notas cinéfilas

#1 O Daniel Day-Lewis é um excelente actor, não faz muitos filmes mas a qualidade das suas interpretações é inversamente proporcional à quantidade de filmes em que participa.

#2 Aconselho vivamente a irem ver A Balada de Jack e Rose, um filme que é o retrato dum amor entre Pai e Filha levado a limites freudianos, que vivem no que resta duma antiga comuna do final dos anos 60 numa ilha ao largo da costa leste americana. O filme está recheado de boas interpretações das quais se destaca o já supracitado Daniel Day-Lewis e conta com uma excelente banda sonora onde se realça a forte presença de Bob Dylan.

#3 Graças a um enorme esforço de organização laboral para conseguir ir à sessão das 18:30 do cinema Nun’Álvares, tive o privilégio de ter uma sala só para mim e excelsa companhia. Pensei que a hora vespertina dessa sessão tinha a ver com a duração do filme. Imaginem qual o meu espanto quando às 20:30 saio do cinema para a rua ainda banhada pela luz solar, sabendo que a próxima sessão era só as 22:00 horas. Depois admirem-se de terem salas vazias. Uma sessão às 19:00 ou 19:30 teria certamente mais público e pela duração do filme dava perfeitamente para conjugar com a sessão das 22:00.

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quarta-feira, julho 20, 2005

Logística Masculina

Quando chega o tempo quente invejo sobejamente esse mundo misterioso das malas femininas. As minhas razões para esta inveja são somente de ordem prática e não fruto de qualquer tendência afeminada escondida nos recônditos do meu cérebro. Até porque faço parte de um grupo em extinção segundo Vitor Espadinha, esse grande exemplar da masculinidade lusitana, o grupo dos Heterossexuais, Bebedores de Tinto e Fumadores de Charuto. Mas adiante, antes que me perca ;-).

Dizia eu que invejo esse utensílio em que as mulheres colocam o seu kit de sobrevivência diário, embora desconfie que mais de metade das coisas que lá se encontram não são assim tão essenciais para o seu quotidiano. Mas que seria das mulheres sem essas coisas supérfluas? Muitas perderiam certamente a sua graça e o seu charme.

Quando chega o estio os bolsos vão-me faltando para carteira, chaves, telemóvel, óculos de sol, etc… Logo a logística masculina tende a concentrar tudo na Carteira, o nosso pequeno mundo de cartões, notas, papéis e talões. O problema é que a carteira tende a engordar e depois mal cabe no bolso das calças. Para resolver este problema logístico de falta de bolsos utilizo no dia-a-dia um Blazer nem que seja para trazer ao ombro. Prefiro assim do que andar com os bolsos das calças todos inchados o que é incómodo, ou com aquelas malas masculinas a tiracolo esteticamente duvidosas.

Esse Blazer é a minha mala, o meu mundo, menos caótico que uma mala feminina, mas com toda a certeza menos prático e menos surpreendente. ;-)

(P.S. Tenho que agradecer a Voudaquiparaali que me inspirou com o seu artigo de 15 de Julho)

segunda-feira, julho 18, 2005

Pensamento de 2ª feira




















(P.S. Recebido por e-mail)

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sexta-feira, julho 15, 2005

Inspiração


Musa minha que partiste,
Para parte incerta rumaste,
Eu fiquei e tu fugiste,
Agora é que me tramaste!

Inspira, expira.
Repete.
Inspira, expira.
Bolas!
Nada me sai.

Será que também fez greve a inspiração? ;-)

Tenham um bom fim-de-semana!!! :-)

quinta-feira, julho 14, 2005

A Amizade dos Amigos

A caminho da escola dois dos meus sobrinhos tiveram há uns meses esta conversa sobre um filme que um deles tinha visto. Dizia um deles para a prima da mesma idade, ambos têm 5 anos, que tinha visto um filme em que um Homem tinha dado a vida para salvar um cão. E da sua sabedoria de 5 anos virou-se para a prima e disse: “Sabes o que é isso? Sabes? É a amizade dos amigos!” Delicioso não acham?

quarta-feira, julho 13, 2005

Medalhas


Daqui a um mês, com a habitual boçalidade dos media nacionais, os noticiários vão começar a falar nas possibilidades de medalhas dos Atletas portugueses nos Mundiais de Atletismo de Helsínquia, mas quando nos deparamos com notícias como esta será que é justa a exigência?

Segundo esta notícia os Atletas de alta competição estão sem receber desde Janeiro os subsídios de apoio à preparação. Neste país parece que o único desporto nobre é o futebol, todos os outros são enteados. Na selecção nacional de futebol o montante dos prémios dos jogadores é logo um dos primeiros pontos que se discute antes de uma competição.

No Atletismo só se lembram dos Atletas nas alturas das grandes competições mundiais, criando expectativas de medalhas no público e falando sem pejo das exibições decepcionantes, sem nunca se interrogarem das condições que estes Atletas têm para desenvolver o seu treino.

Por mim, depois do que li, ainda dou mais valor por qualquer bom resultado que estes Atletas consigam daqui um mês nos Mundiais de Atletismo de Helsínquia. Isto sim é o verdadeiro amor à camisola!

terça-feira, julho 12, 2005

Desabafo Matemático

Segundo notícia de ontem, 7 em cada 10 alunos que realizaram o exame nacional de matemática do 9º ano tiveram nota negativa (70%)! Mais um indicador preocupante sobre o estado do ensino no nosso País. A solução provavelmente vai ser facilitar o exame do próximo ano. Estou mesmo a ver, baixa-se o nível, corrige-se a estatística e mais uma vez se esconde o problema.

Algo vai mal no ensino em Portugal. Há falta de exigência e de rigor. Devia haver um pacto de regime entre todos os quadrantes políticos, uma real vontade de mudar o estado de coisas que não se vê, nem se sente. Não se exige na escola e depois vai-se exigir na vida activa? Será que não entendem que é logo na educação e formação que começamos a perder a batalha da competitividade?

Urge agir!

(P.S. Desculpem o desabafo)

sexta-feira, julho 08, 2005

Zeca Baleiro

Há artistas assim, que são sempre um prazer renovado a cada disco e especialmente a cada concerto. Zeca Baleiro é um deles. E de preâmbulo aviso já que este artigo é tudo menos objectivo, já que eu sou um grande admirador da sua obra.

Ontem pela quarta vez vi-o ao vivo e mais uma vez não me desiludiu. Acho mesmo que Zeca Baleiro é incapaz de dar um mau concerto tal é a riqueza da sua música, da sua simpatia e da sua voz extraordinária, envolvente e de uma doçura inclassificável. E como se não bastasse, Zeca Baleiro possui ainda um refinado e irresistível sentido de humor.

Ao concerto de ontem só faço um reparo, o Rivoli não é o espaço para a música de Zeca Baleiro. Esta música entra-nos pelos poros e estimula cada um dos nossos nervos deixando-nos à flor da pele, tornando-se impossível continuarmos sentados. É uma música que se ouve também com o corpo, numa catarse que nos alivia e liberta. As cadeiras são um elemento demasiado castrador para uma música assim, abrangente e sem fronteiras, que não se deixa rotular, tal é a diversidade de territórios musicais por onde se move Zeca Baleiro.

Ainda resisti sentado até à 6ª música, mas ao som da brilhante (Despedi o) Meu patrão, o meu corpo cedeu e, vivendo cada nota na sua completa intensidade, deliciei-me de pé com o resto do concerto. As cadeiras só atrofiam esta música, bastou ver como, na última música do concerto Vô Imbolá com todo o público levantado, havia muito mais corpos desejosos de se libertarem das cadeiras e dançarem ao som do Baleiro.

Para mim foi mais uma noite memorável deste verdadeiro artista brasileiro, só não ultrapassou a memória de uma noite mágica que vivi a 6 de Setembro de 2003 no Hard- Club em que empatia com o público, em parte também proporcionada pelo próprio espaço, foi extraordinária.

No entanto, a noite de ontem teve como singularidade uma versão, com um certo balanço, do Frágil do Jorge Palma já em encore, e a promessa de que esta versão, presente como faixa bónus no seu último disco Baladas do Asfalto e Outros Blues, faz parte de um projecto de um disco a gravar no ano que vem de versões/covers de autores da música nacional que Zeca Baleiro admira e que tenciona divulgar no Brasil.

Aqui fica o alinhamento para quem estiver interessado:

1. Serpente
2. Babylon
3. Quase Nada
4. Alma Não Tem Cor
5. Telegrama
6. Meu Patrão
7. Filho da Veia
8. Flores no Asfalto
9. Pastiche
10. Bandeira
11. Bicho
12. Amargo
13. Salão
14. Tudo Pra Ser Feliz
15. Mamãe Oxum
16. Piercing
Encore/Reset ;-)
17. Samba do Approach
18. Lenha
19. Heavy Metal do Senhor
20. Frágil
21. Vô Imbolá

Até breve Zeca Baleiro!

quinta-feira, julho 07, 2005

Imagine



Imagine there's no heaven,
It's easy if you try,
No hell below us,
Above us only sky,
Imagine all the people
Living for today...

Imagine there's no countries,
It isn’t hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
Living life in peace...


Imagine no possessions,
I wonder if you can,
No need for greed or hunger,
A brotherhood of man,
Imagine all the people
Sharing all the world...

You may say I’m a dreamer,
but I’m not the only one,
I hope some day you'll join us,
And the world will live as one.

Writen by: John Lennon

(P.S. Foi o que me ocorreu com o atentado de hoje em Londres)

quarta-feira, julho 06, 2005

O melhor candidato

Agora que se aproxima mais um tempo de campanha eleitoral, cheia de candidatos para todos os gostos, apresento-vos uma excelente alternativa (recebida por e-mail) para derrotar os mais mediáticos e ardilosos espécimes que por aí pululam.

Cumpra o seu dever de cidadão
Escolha o melhor candidato.

Vote no "SOUTIEN"




Porquê?

Porque é o único que:

Firma o patriotismo amolecido;
Está dentro de todas as combinações;
Ampara os pequenos;
Não deixa cair os grandes;
Tanto protege os da esquerda como os da direita;
Orienta os mais novos;
Segura os velhos;
Evita oscilações;
Impede a intromissão de mãos estranhas;
Vive no seio da família!

terça-feira, julho 05, 2005

Sensibilidade masculina...

Um homem estava em coma há algum tempo.
A sua esposa ficava à cabeceira dele dia e noite.
Até que um dia o homem acorda, faz um sinal à mulher para se aproximar e sussurra-lhe:
- Durante todos estes anos estiveste ao meu lado.
Quando me licenciei, estavas comigo.
Quando a minha empresa faliu, só ficaste tu para me apoiar.
Quando perdemos a casa ficaste comigo.
E desde que fiquei com todos estes problemas de saúde, nunca me abandonaste.
Sabes uma coisa?
Os olhos da mulher encheram-se de lágrimas:
Diz amor...
-Acho que me dás azar!!!

(P.S. Recebida por e-mail)

sexta-feira, julho 01, 2005

Tom Zé


No Sábado passado, desloquei-me aos Jardins do Palácio de Cristal para escutar um personagem inclassificável da música brasileira. De tão desconcertante é difícil aplicar-lhe um rótulo que não seja génio ou louco! O concerto foi fantástico, surpreendente e fora do convencional!

Perante um público heterogéneo, de várias gerações, Tom Zé conseguiu a proeza de nos pôr todos a sorrir, embora os temas da música que apresentava ao vivo fossem tudo menos divertidos. Debaixo de toda aquela loucura criativa e cénica, um espírito crítico de uma lucidez lancinante denunciava a condição da mulher nas camadas mais baixas da sociedade brasileira.


Este concerto foi baseado no seu último trabalho Estudando o Pagode- Na Opereta Segregamulher e Amor, obra estruturada em três actos, 16 cenas e cuja sinopse transcrevo na íntegra:

“Negro, altura média, Maneco Tatit é abertamente segregado por Dr. Burgone, professor universitário. O jovem Maneco, por sua vez, maltrata a condição feminina na pessoa de Teresa, dezassete anos, sua namorada desempregada. Ela se prostitui para pagar o curso de Psicologia na PUC, de onde Dr. Burgone a salvou de ser expulsa pelo roubo de um livro. Pai de Tatit, Dr. Burgone só vai descobrir o facto no último capítulo, depois de matá-lo por ciúme.”

Fundador do movimento Tropicalista a par de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia, ficou esquecido durante anos vítima da fraca recepção dos seus trabalhos mais experimentalistas da década de 70, acabou sendo resgatado do esquecimento e apresentado ao mundo por David Byrne em 1990 com a colectânea The Best of Tom Zé.

"A música de Tom Zé é diferente de qualquer música brasileira que ouvi até hoje... Expande incessantemente os limites da canção popular, adoptando formas inesperadas, que nos surpreendem e encantam, com percepção aguda dos acontecimentos. Olha a grande cidade com olhos -- e o ouvidos -- de poeta. Descobre beleza em regiões estranhas. [sua música] Nos dá esperança. " diz o próprio David Byrne.

Felizmente que foi resgatado, aos 68 anos Tom Zé continua a fazer música incatalogável e indispensável. A descobrir!

Bom fim-de-semana! :-)