Periférico

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terça-feira, março 17, 2009

A Corte do Norte

Tive ontem a oportunidade de assistir à antestreia na cidade do Porto, auditório de Serralves, do último filme do cineasta português João Botelho. Adaptado do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, um filme em que as imagens servem a palavra em enquadramentos sublimes que nos transportam algumas vezes para quadros renascentistas, outras para a força da paisagem da Costa Norte da ilha da Madeira. “Uma montanha precisa de honras. Ajoelhar-se diante dela não é favor.”

Um filme belo, em que a voz feminina do narrador nos transporta no deslindar de um mistério ao longo de 4 gerações da família Barros, onde as mulheres ocupam o lugar central no destino dos homens. “Era uma rainha e eu servia-a, não por amor, mas porque ela assim o desejava. Deus nos livre dos desejos de uma mulher!”

É também um manifesto de resistência, um filme que mostra que se pode filmar com estilo, sem cedências e ao mesmo tempo oferecer ao espectador não indigente uma obra que o faz pensar e se deleitar esteticamente.

Para mim, sem dúvida alguma, um dos mais belos filmes de sempre do nem sempre bem tratado Cinema Português.


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