A Corte do Norte
Tive ontem a oportunidade de assistir à antestreia na cidade do Porto, auditório de Serralves, do último filme do cineasta português João Botelho. Adaptado do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, um filme em que as imagens servem a palavra em enquadramentos sublimes que nos transportam algumas vezes para quadros renascentistas, outras para a força da paisagem da Costa Norte da ilha da Madeira. “Uma montanha precisa de honras. Ajoelhar-se diante dela não é favor.”
Um filme belo, em que a voz feminina do narrador nos transporta no deslindar de um mistério ao longo de 4 gerações da família Barros, onde as mulheres ocupam o lugar central no destino dos homens. “Era uma rainha e eu servia-a, não por amor, mas porque ela assim o desejava. Deus nos livre dos desejos de uma mulher!”
É também um manifesto de resistência, um filme que mostra que se pode filmar com estilo, sem cedências e ao mesmo tempo oferecer ao espectador não indigente uma obra que o faz pensar e se deleitar esteticamente.
Para mim, sem dúvida alguma, um dos mais belos filmes de sempre do nem sempre bem tratado Cinema Português.
3 Comentários:
At 11:30 da tarde, março 17, 2009, Sinapse said…
Um post cheio de veia! fiquei curiosa em relação ao filme!
... quer-me cá parecer que tens futuro como crítico! já te estou a imaginar no Critics Choice Awards, homenageado pelos actores! ;)
At 12:54 da manhã, março 20, 2009, Anónimo said…
Então vê lá esta opinião:
http://www.edrants.com/nyff-the-northern-land-2008/
At 9:02 da tarde, março 20, 2009, Sinapse said…
lol! Claudette, adorei!
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