Provocações Periféricas
#1 Um Relatório do Tribunal de Contas aponta irregularidades graves no Metro de Lisboa. Aparentemente a obra de construção da linha amarela, entre o Campo Grande e Odivelas, custou mais 61% do que o previsto inicialmente. O Tribunal de Contas diz nesse relatório que detectou na empresa um "défice crónico", uma "sub orçamentação" e uma "derrapagem orçamental". Será que o Metro de Lisboa será alvo do mesmo rigor e exigência com que foi tratado o Metro do Porto? Ou mais uma vez teremos dois pesos e duas medidas, e a administração do Metro de Lisboa será alvo de uma atitude mais branda por parte do Governo?
#2 Não querendo entrar na polémica da aparentemente irreversível decisão de construção do novo Aeroporto Internacional de Lisboa na Ota, alguém me explica qual a urgência e inesperada necessidade de levar a rede do Metro de Lisboa até ao Aeroporto da Portela? Este Aeroporto não (sobre)viveu até hoje sem metropolitano? A capital não recebeu já grandes acontecimentos internacionais como a Lisboa Capital Europeia da Cultura de 1994, a Expo 98 e o Europeu de Futebol de 2004, que não chegaram a ser um pretexto suficientemente forte para a construção desta nova linha? E agora que se vai construir um novo aeroporto a 40 km de Lisboa é que é tão premente a construção desta linha para o Aeroporto da Portela que está condenado a desaparecer em 2017? Vai-se gastar milhões de euros numa linha que daqui a 12 anos não serve ninguém?
#3 Por último, um estudo coordenado por Augusto Mateus: "Competitividade Territorial e Coesão Económica e Social"; e apresentado hoje ao Governo e às sete Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional vem, mais uma vez, pôr a nu as crescentes assimetrias do país. Segundo esse estudo as diferenças de competitividade entre a área polarizada por Lisboa e o resto das regiões não pararam de aumentar no prazo de vigência dos quadros comunitários de apoio (QCA) anteriores. Um relatório recente da Comissão Europeia reconhecia mesmo que "os fundos estruturais foram concentradas de forma excessiva em Lisboa". Manuel Carvalho diz hoje no editorial do Público o seguinte: "O que o estudo de Augusto Mateus suscita é um problema urgente e óbvio: não se pode assistir impávido e sereno ao colapso económico de uma região que foi, até há pouco, um dos principais motores da economia nacional", referindo-se à Região do Norte. O estudo aponta várias recomendações sendo esta uma delas: "O país tem de optar por estratégias regionais diferenciadas e claramente orientadas para a competitividade, articuladas com os objectivos da Iniciativa para o Crescimento propostos pela Comissão Europeia e da Estratégia de Lisboa." Não será a hora, para melhor se aplicar estas estratégias regionais diferenciadas e melhorar a competitividade do país como um todo, de se proceder à Regionalização inscrita na Constituição da República Portuguesa Capítulo IV: Artigos 255º a 262º?
#2 Não querendo entrar na polémica da aparentemente irreversível decisão de construção do novo Aeroporto Internacional de Lisboa na Ota, alguém me explica qual a urgência e inesperada necessidade de levar a rede do Metro de Lisboa até ao Aeroporto da Portela? Este Aeroporto não (sobre)viveu até hoje sem metropolitano? A capital não recebeu já grandes acontecimentos internacionais como a Lisboa Capital Europeia da Cultura de 1994, a Expo 98 e o Europeu de Futebol de 2004, que não chegaram a ser um pretexto suficientemente forte para a construção desta nova linha? E agora que se vai construir um novo aeroporto a 40 km de Lisboa é que é tão premente a construção desta linha para o Aeroporto da Portela que está condenado a desaparecer em 2017? Vai-se gastar milhões de euros numa linha que daqui a 12 anos não serve ninguém?
#3 Por último, um estudo coordenado por Augusto Mateus: "Competitividade Territorial e Coesão Económica e Social"; e apresentado hoje ao Governo e às sete Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional vem, mais uma vez, pôr a nu as crescentes assimetrias do país. Segundo esse estudo as diferenças de competitividade entre a área polarizada por Lisboa e o resto das regiões não pararam de aumentar no prazo de vigência dos quadros comunitários de apoio (QCA) anteriores. Um relatório recente da Comissão Europeia reconhecia mesmo que "os fundos estruturais foram concentradas de forma excessiva em Lisboa". Manuel Carvalho diz hoje no editorial do Público o seguinte: "O que o estudo de Augusto Mateus suscita é um problema urgente e óbvio: não se pode assistir impávido e sereno ao colapso económico de uma região que foi, até há pouco, um dos principais motores da economia nacional", referindo-se à Região do Norte. O estudo aponta várias recomendações sendo esta uma delas: "O país tem de optar por estratégias regionais diferenciadas e claramente orientadas para a competitividade, articuladas com os objectivos da Iniciativa para o Crescimento propostos pela Comissão Europeia e da Estratégia de Lisboa." Não será a hora, para melhor se aplicar estas estratégias regionais diferenciadas e melhorar a competitividade do país como um todo, de se proceder à Regionalização inscrita na Constituição da República Portuguesa Capítulo IV: Artigos 255º a 262º?
6 Comentários:
At 6:07 da tarde, novembro 29, 2005, CS said…
É com alguma perplexidade que verifico que é mais fácil fazer análises quando se vê de longe (i.e., não se tem responsabilidades).
Assim aconteceu com o Sr. Dr. Augusto Mateus e o Sr. Dr. Miguel Cadilhe.
Deve ter a ver com a miopia e as outras doenças do foro oftalmológico...
At 10:01 da manhã, novembro 30, 2005, Sara MM said…
todos diferentes todos iguais... mas isso nunca é 100% verdade, e Lisboa nunca será igual a mais nada...
regionalização?! não faço a mínima ideia se é mesmo boa ideia... podes começar a explicar ;o)
BJS
At 11:34 da manhã, novembro 30, 2005, panamá said…
Relativamente ao aeroporto da portela, que irá ser extinto daqui a 12 anos, só me faz pensar na sobrevalorização que irá sofrer aquela zona. A aquisição de um terreno daqueles, já será uma estrondosa mais valia, quanto mais se for servido por uma linha de metro! Que raio de burgueses estes! Beijos, minha jóinha:)
At 11:37 da manhã, novembro 30, 2005, Carlota said…
Oh!... Só agora é que vi o link para o meu Lote!... Obrigada :)
#1 - Alguém devia ter tido a brilhante ideia de, tal como fizeram para o metro do Porto, apresentar à Comissão Europeia uma queixa na DG Mercado Interno. O controlo do cumprimento das regras da contratação pública devia ser feito por alguém de fora.
#2 - Acho que a explicação está nos planos secretos para a zona do aeroporto após 2017...
#3 - Nunca fui verdadeiramente a favor da regionalização e não creio que seja a forma de resolução do(s) problema(s)... Os sucessivos governos é que têm tido vistas (muito) curtas e resmas de incompetentes que não sabem o que é serviço público.
E pronto, mais não digo que é para não me espalhar ao comprido. É que não sou muito entendida nestes assuntos...
Beijolas
At 12:25 da tarde, novembro 30, 2005, Pitucha said…
1. Dois pesos e duas medidas? Só se for entre o mau e o pior!
2. Porque, já dizia o outro, é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma. Enquanto se constrói o metro até à Portela as atenções desviam-se de projectos otários...
3. Portugal é Lisboa e o resto é paisagem? Just joking oh malta do norte...
Agora a sério, acho que sim.
Isto não é um post fracturante! são perguntas difíceis...
Beijos
At 1:46 da tarde, novembro 30, 2005, noasfalto said…
Fim às Câmaras Municipais. Fim às empresas Metro e semelhantes.
Regionalização?
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