Bruxelas é uma cidade de partidas e chegadas. Há sempre nas ruas transeuntes que "passeiam" as suas malas com rodinhas, que nos recordam que este é um local onde toda a
Europa converge para se encontrar, discutir, ter reuniões, traçar rumos, definir metas, estruturar programas.
É uma cidade onde várias culturas se encontram e dão uma certa cor ao cinzentismo e amorfismo Belga. E onde em certos momentos no tempo algumas pessoas partilham experiências, trabalham juntas e criam amizades. Mas não deixa de ser uma cidade em que as pessoas estão em
trânsito, umas num curto, outras num médio e algumas num longo.
Bruxelas é uma placa giratória, sempre com pessoas a partir e outras a chegar.
Ontem, no
Le Chat Pitre foi a festa de despedida de uma dessas pessoas de curta duração. Uma estagiária que durante 6 meses viveu uma experiência inesquecível, criou amigos, trabalhou num ambiente multicultural e abriu os seus horizontes profissionais.
Num óptimo ambiente, cheio de energia, boa disposição e informalidade foi possível assistir à transformação de alguns dos meus colegas do dia a dia. Houve autênticas revelações na dança estimuladas pela excelente música ao vivo e claro também pela cerveja Belga.
E para terminar noite uma cena digna de filme, que faz pensar que certos acontecimentos se encadeiam para dar resultados inusitados, as chamadas coincidências. Depois de ter aguardado mais de 10 minutos para me conseguir despedir da passageira que terminou o seu curto
trânsito em
Bruxelas saí em busca de um
táxi. Se tivesse saído mais cedo, ou um pouco mais tarde a coincidência não se teria dado, o que me faz pensar na teoria das probabilidades.
Comecei a caminhar e de repente vi um
táxi e chamei-o, mas infelizmente tinha já passageiros. Pouca sorte pensei eu! Nisto vejo o mesmo
táxi parar um pouco mais à frente. E qual o espanto: não é que era o meu colega de gabinete espanhol com mais duas colegas espanholas, que tinham já abandonado a festa muito antes de mim para irem comer umas tapas? Quais as probabilidades de tal acontecer? Para verem o que são as coincidências refira-se que este meu colega espanhol além de partilhar o gabinete comigo, mora na mesma rua que eu.
E assim foi o meu
trânsito ibérico até casa, graças a uma inusitada coincidência!