Periférico

Um Blog desalinhado, independente e situado à margem do politicamente correcto! O olhar de um Periférico na periferia da Europa.

sábado, fevereiro 25, 2006

Um Ano de Periférico

Há uno ano começava assim este Blog:

Mais um Periférico na Blogosfera!
Pensava que era original, mas afinal... parece que há mais uns tantos periféricos na blogosfera. No entanto, vou tentar fazer deste espaço uma periferia original e interessante!


Teve como primeiro comentador esta ilustre menina, que também está de parabéns já que a sua Máquina de Café nasceu no mesmo dia!

Balanço: 162 Artigos, uns matutinos, outros vespertinos e alguns até hebdomadários! Obrigado a todos os que o visitaram e comentaram ao longo deste primeiro ano de existência, espero que continuem a fazê-lo! ;-)

Parabéns Periférico!!!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Provadores de Chá

Noutros tempos com outros ritmos existiam profissões que entretanto perderam a sua relevância. Em Nova Iorque existiu o Gabinete dos Provadores de Chá, fundado em 1897 e abolido no final de 1996 pelo Congresso dos EUA. A sua missão era verificar a qualidade dos chás, bebericando as várias amostras em apreciação e cuspindo a seguir. Do cenário de trabalho destes especialistas fazia parte uma mesa rotativa e grandes escarradores. Nesta foto vemo-los em 1953 a explicar as suas técnicas à representante de um clube de senhoras de Nova Iorque. Outros tempos, outro vagar!

Nestes tempos modernos gosto de provar diariamente estes Chás e esta Cafeína!;-)

Bom fim-de-semana :-)!

[Foto do New York Times publicada na secção Flashback da National Geographic (edição portuguesa) do mês de Janeiro de 2005]

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Walk The Line

Johnny Cash é daqueles personagens que se confundem com todo um imaginário de um País. Nascido na América sulista, puritana e racista, as canções de Johnny Cash tornaram-se parte da América, do seu código genético. Johnny Cash converteu-se num contador de histórias em forma de canção, histórias que falam dos sonhos, ambições e frustrações dos homens comuns, dos seus pecados e da sua redenção.

O filme biográfico Walk The Line, que aconselho vivamente, centra-se na história de amor entre Johnny Cash e June Carter. Joaquin Phoenix e Reese Whiterspoon foram mesmo ao ponto de recriarem com as suas próprias vozes os êxitos de Cash e June e têm duas excelentes interpretações. Existe uma química fabulosa entre ambos no ecrã, que recria e revive o Ring of Fire que envolveu para sempre Johnny Cash e June Carter.

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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Life in the fast lane

A velocidade é uma variável que constantemente se reajusta para aumentar a sensação de novidade do sistema actuando como catalisador...

...viver rápido impede apreciar a paisagem.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

My name is Bond…. Broken Bond!


Impossível! A tradição já não é o que era, mas como sempre a realidade supera a ficção! Não é que durante as filmagens do novo filme da saga de James Bond, Casino Royal, o actor Daniel Craig partiu dois dentes na primeira cena de pugilato que teve de fazer? Os ferimentos foram tão graves que o seu dentista teve que viajar expressamente para Praga, onde decorre a rodagem de Casino Royal, para restaurar os dois dentes partidos do actor!

Segundo o Sunday Mirror de domingo, o dentista do actor numa atitude profilática deixou-lhe seis protectores para evitar mais acidentes e preservar intacto o seu sorriso! O agente de sua majestade tem que manter o seu charme, onde já se viu um James Bond desdentado?

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Mulheres cumprem?



(Parvoíce de 2ª feira recebida por e-mail!)

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sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Song-Poems

In the land of the free and home of the brave existem tantas oportunidades de negócio como oportunidades de sacar dinheiro aos incautos. Nos Estados Unidos existe uma indústria discográfica paralela tão antiga como a oficial e que não tem sido afectada pelas novas tecnologias, Internet e formato mp3.

É publicitada na secção de anúncios das revistas musicai e através da distribuição de folhetos que apelam ao leitor que escreva ou recupere algum dos poemas que tem guardados e o envie para ser avaliado por um especialista da editora discográfica. Em poucos dias, esse autor pode saber se esse poema que irá ser musicado por profissionais tem potencial para se converter num hit que lhe trará fama e dinheiro.

Independentemente da qualidade do poema a resposta é sempre positiva e por uma quantia modesta (que oscila entre os 200 e 400$ Dólares) e que, segundo afirmam essas empresas, apenas cobre uma pequena parte do custo dessa aventura, a editora encarrega-se de musicar o poema, gravá-lo em estúdio e promover a canção convenientemente. Escusado será dizer que essas empresas aproveitam-se da ilusão destes poetas frustrados, compõem a música, gravam-na às três pancadas e enviam o CD ao seu autor, desinteressando-se logo dela.

Estima-se que ao longo de um século de existência se tenham gravado por este esquema cerca de duzentas mil canções e que se saiba nenhuma delas conseguiu transformar-se num êxito.

Esta pequena exploração musical do American Dream seduz pessoas de todos os estratos sociais e não aplica nenhum filtro ao conteúdo dos poemas. E é aqui que reside a riqueza desta indústria paralela, o seu espectro artístico é muito mais amplo que o das editoras discográficas tradicionais, juntando de forma incomparável o cinismo empresarial com a ingenuidade artística.

Existem canções com nomes curiosos como Non-violent twaekondo troopers, Chicken revolution (bem apropriada ao actual momento em que a gripe das aves chegou à Europa), You're Out of the Computer ou Jimmy Carter Says "Yes" e o grupo Yo la Tengo chegou mesmo a tocar ao vivo versões de algumas das suas Song-Poems favoritas.

Para quem tenha curiosidade por este mundo de raridades musicais pode consultar o site American Song-Poem Music Archives, onde pode encontrar artigos, notícias e song-poems em formato mp3!

É o que se chama música a metro ou canções por medida ;-)

Bom fim-de-semana! :-)

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Cada dia como se fosse o primeiro…

A caminho do trabalho vejo esta frase escrita numa parede de um prédio. Já devo ter por ali passado inúmeras vezes e algo na minha mente me diz que não é uma inscrição recente. No entanto, ontem mudei fisicamente de gabinete e esta frase inscrita naquela parede ganhou outra actualidade e pertinência. Não mudei de funções, nem de trabalho, apenas de cenário e o cenário por vezes influencia todo o nosso desempenho nesta peça que se chama vida.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Prez & Lady Day

Quando a voz de Billie Holliday e o saxofone de Lester Young se juntavam para criar música algo de mágico acontecia, eles inspiravam-se musicalmente um ao outro e tinham uma espantosa harmonia intuitiva.

Billie e Lester conheceram-se nos anos 30 numa jam session em Harlem e trabalharam juntos na banda de Count Basie e em clubes nocturnos de Nova Iorque. A 25 de Janeiro de 1937, Billie e o Lester entraram juntos pela primeira vez num estúdio. E alguém escreveria que naquele dia surgiu uma nova forma de poesia amorosa entre a voz humana e um instrumento musical.

Billie deu a Lester a alcunha de Prez, ele retribui o gesto dando-lhe a famosa alcunha de Lady Day.

Billie Holliday sempre insistiu que a sua relação com Lester Young era estritamente platónica, mas felizmente essa poesia musical amorosa ficou para sempre registada em gravações e continua a ser uma fonte de prazer para quem a ouve.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Diálogos de Segunda-feira

- Sabes qual é o meu dia da semana preferido?
- Talvez sábado, não?
- Não…. É terça-feira!
- Terça-feira?!?! Porquê terça-feira?
- É o dia da semana que está mais distante da próxima segunda-feira.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Torino 2006

Gosto de desportos de Inverno. Sempre gostei. Já perdi na memória quando é que em miúdo comecei a ver os saltos de ski na televisão, desporto do qual sou um espectador aficionado. No Inverno, parte de algumas das minhas manhãs de sábado são passadas em frente ao televisor a ver em directo o que o WinterPark do Eurosport me reservou para esse dia.

Hoje começam os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, que se irão realizar em Turim até ao próximo dia 26 de Fevereiro. Aguardo com expectativa os excelentes momentos desportivos, que as duas semanas de competição intensa irão certamente proporcionar.

Refira-se a título de curiosidade que as mascotes destes jogos foram desenhadas por um designer português, Pedro Albuquerque, vencedor entre as 237 propostas apresentadas no concurso internacional criado para o efeito. O que é nacional é bom! ;-)

Bom fim-de-semana!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Portugaises

Descobri que apreciava Ostras recentemente em 2003, quando uma deslocação profissional a Saint-Malo na Bretanha me revelou por acaso os segredos desta iguaria. Na visita a um dos muitos viveiros existentes naquela região venci a minha repugnância inicial e descobri que as Ostras são um verdadeiro manjar dos deuses, isto para quem as aprecia é claro. O truque ou melhor digamos o aditivo essencial é regá-las com bastante limão antes de as degustar.

Depois dessa experiência iniciática em França, país onde as Ostras atingem proporções de ícone gastronómico, tive ainda uma outra experiência, esta mais exótica, de degustar Ostras em pleno Nordeste Brasileiro. No Restaurante Lampião em Pipa propriedade de um lusitano, infelizmente benfiquista, uma das iguarias oferecidas no seu Buffet eram Ostras. Ao ser o primeiro a ter-me dirigido nesse serão a quem as servia, fui brindado com um rasgado sorriso cúmplice de quem também conhece os segredos desta iguaria.Para meu espanto, essas Ostras nordestinas tiveram poucos clientes, apenas eu e que me recorde mais dois lusitanos nos deliciámos com elas.

Nas leituras deste fim-de-semana, ao folhear uma Única já atrasada, sou surpreendido por uma reportagem sobre o cultivo de Ostras nas margens do Sado, no concelho de Setúbal. A empresa que apostou no ressurgimento desta actividade parece que está a ter algum sucesso na exportação deste produto para França e a sua produção tem vindo ao aumentar de ano para ano.

Em tempos, os bivalves nacionais já foram famosos além fronteiras. Ernest Hemingway refere-se mesmo às nossas Ostras em Paris é uma Festa: “Fechei o caderno, meti-o na algibeira de dentro e pedi ao criado uma dúzia de Portugaises e meia garrafa de vinho branco, seco, da casa”.

A próxima vez que passar por Setúbal irei certamente degustar este ressurgimento da Ostra Nacional (Portugaises).

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Diálogos

(…)
- Já lhe compraste alguma prenda?
- Ainda não.
- Que tal oferecermos-lhe o Equador Ilustrado? Achas Bem?
- Acho bem.
- Ok, vou comprar então, beijos, até já.

(fim da transcrição telefónica)

Pensamento de um dos interlocutores após esta curta conversa:

Que raio de ideia, vamos oferecer-lhe um Globo Iluminado?

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Manias

A Pitucha resolveu desafiar-me a partilhar convosco cinco das minhas manias. Não sou muito dado a cadeias e correntes, mas vindo o desafio de quem vem a periferia achou que não podia deixar ficar mal o coração da Europa ;-)!

5 Manias Periféricas:

1- Quando saio da cama o primeiro pé que pouso no chão tem que ser o direito;
2- Verifico sempre mais que uma vez se o carro ficou bem fechado;
3- Não gosto de emprestar livros que ainda não li, quero ser o primeiro a folheá-los;
4- Corto o cabelo no mesmo barbeiro desde os meus 7 anos;
5- Embora não seja canhoto, sempre usei o Relógio no pulso direito .

Próximas vítimas… Tenho também a mania de quebrar correntes e receber todos os azares inerentes a isso, quem quiser sinta-se livre para responder…

Bom início de semana! :-)

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Desequilíbrios



O excelente artigo publicado hoje pelo Armando na sua Fábrica despoletou-me um comentário demasiado longo e escrito de rajada que resolvi partilhar com todos os leitores do Periférico:

Sou um ocidental e orgulho-me da minha civilização porque, apesar de todos os defeitos, a civilização ocidental é aquela que maior prosperidade, direitos e liberdades conseguiu assegurar a um maior número de cidadãos. Noutros tempos a estes limites que alguns tentam impor à liberdade de expressão chamava-se censura.

Aqui há uns anos em Portugal um conhecido cartoonista desenhou o Papa com um preservativo no nariz. Houve motins por isso? Atentados terroristas? É um choque civilizacional, mas é por causa dos cartoons que o Irão tem um programa nuclear secreto? Que o fundamentalismo e fanatismo islâmico promove o terrorismo e apenas aceita como correcto o seu modo de vida? Um mundo em que as mulheres têm poucos direitos e nem acesso ao ensino em muitos países têm?

A nossa civilização ocidental assenta em princípios que não podem ser alterados por uma turba de fanáticos ofendida. Só o Ocidente é que tem que ser tolerante? Quando nos comícios no Irão se grita morte a Israel e aos EUA algum ocidental põe um colete de bombas à volta do seu tronco e se faz explodir numa mesquita? No Ocidente vive-se em liberdade, a democracia pode não ser um sistema perfeito, mas é o melhor que temos. O Ocidente não tem que prestar vassalagem ao mundo islâmico, o perigo já existia antes dos cartoons estes só vieram expor uma vez mais as grandes diferenças civilizacionais. Enquanto nós os toleramos e tentamos respeitar estas civilizações arcaicas, alguns destes fanáticos querem é por em causa o nosso modo de vida fomentando a insegurança.

Como diz a Carlota: "...era o que mais nos faltava agora ter de cumprir todas as regras de todas as religiões!... (Quando nem sequer os que as "seguem" as cumprem)."

A subserviência nunca foi um bom princípio, o perigo já existia antes da publicação das caricaturas, pode-se argumentar falta de bom-senso e que é um rastilho, até posso concordar que o seja, mas o Ocidente não pode abdicar da liberdade de expressão e da imprensa livre.

Não tivessem estes países petróleo e creio que talvez já há muito tempo que este choque civilizacional estaria resolvido.

Um abraço e bom fim-de-semana


Em adenda a este comentário demasiado longo, apenas queria advertir que não sou nenhum admirador ou apoiante da guerra do Iraque, que acredito nos meios diplomáticos, simplesmente acho que devemos defender a nossa civilização ocidental, os seus valores e princípios. Nisto não pode haver cedência possível, ceder é perder a liberdade em que assenta a nossa democracia e civilização.

Equilíbrio

Na edição deste mês da National Geographic a secção flashback recupera uma foto da edição de Agosto de 1913, que ilustra a travessia “em tirolesa” de dois pináculos nos Alpes italianos a 2100 metros de altitude.

O nome dos alpinistas perdeu-se na história, mas o registro fotográfico do seu feito pode também representar o equilíbrio que temos de encontrar nas nossas vidas para conciliar a vida profissional e a vida pessoal, os hobbies, a família e os amigos, de forma a termos tempo para tudo…

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Cinzentos


Well, you may think the world's black and white
And you're dirty or you're clean
You better watch out you don't slip
Through them spaces in between

Bruce Springsteen, Cross My Heart

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Bruxelês

Os cidadãos andam desfasados da Europa, ou a Europa anda desfasada dos cidadãos?

Um Dicionário de Termos Europeus, que reúne cerca de 500 definições e conta com a participação de cerca de 40 especialistas, será apresentado amanhã, no Centro de Informação Europeia Jacques Delors, em Lisboa. Com a chancela da Alêtheia Editores este dicionário pretende esclarecer e decifrar os termos utilizados na politicamente correcta linguagem europeia, o que em gíria por vezes se designa por bruxelês ou europês.

É uma boa iniciativa numa altura em que já se tornou um lugar-comum bradar aos sete ventos o afastamento dos cidadãos do projecto europeu. O exercício da cidadania europeia não se pode fazer sem participação, mas para que os cidadãos participem tem que haver informação e compreensão dessa informação. Os documentos disponibilizados pela União Europeia estão muitas vezes escritos numa linguagem excessivamente técnica e direccionada a especialistas. Este dicionário vem assim tentar colmatar o fosso entre os cidadãos e o bruxelês, para que estes não fiquem periféricos às grandes questões da construção europeia.